sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sobre...

"O mar é imenso e tem uns que tão emocionados só com a brisa." Isso é parte da letra de uma música. Me diz coisas além disso tudo, me leva para mais longe disso tudo. Me tira os sapatos e as meias. Me bota com o pé no chão, pra ver tudo que pode um dia acontecer. Tudo que eu poderia fazer acontecer.
Tão pouca coisa sobrou hoje em dia, tão pouca bondade e tão pouco amor. Me disseram isso ontem: "So little love in the world." Não dá para negar frase como essa. É verdade, o amor sumiu, quase morreu. Se ainda vive, não quer dar as caras. Tanto que foi alguém que não quis se identificar que disse tão certas palavras - anonimato que só perpetua essa escassez, nos proíbe de saber quem estamos elogiando, nos proíbe de saber quem veio nos dizer esse conforto.
O dia passa quieto, frio e parado. Nos faz pensar nos acontecimentos que estão ocorrendo. Angústia que se dobra, triplica. A dúvida e a incapacidade do prever nos deixam cada hora mais apreensivos. Nos põem de sobreaviso, nos mostram a morte rondando nossa vida, todo dia, a cada telefonema de longe que chega. Nos mostra seu poder, seja de levar quem nos é caro, mas também sua força de fazer ruir toda a tranquilidade aparente que reinava. Derruba nossos muros, nossas defesas. Muda nossos dias, nossas rotinas, nossas noites. Muda nosso modo de ver tudo o que se passa. Muda nossa vontade de fazer ou continuar. Espalha seus ramos por todos os espaços da casa, deixando uma mácula. como que um lembrete.
Mostra, mais uma vez, que resta muito pouco de amor, no sentido puro, nesse mundo que criamos.
Resta pouco. Façamos um bom uso, multipliquemos, restauremos nossos passos, reatemos velhos papos.
Resta pouco, não se esqueça."

Nenhum comentário:

Postar um comentário