segunda-feira, 26 de abril de 2010

curta-letragem

"O gato pulou a janela e entrou de fininho no quarto. Olhou em volta, cheirou, examinou. Viu uma brecha por entre as cobertas e por ali se meteu. Friorenta nos pés como era, a usuária da janela não notou a nova companhia.
Só pela manhã de sábado, quando o ventinho levantava a cortina e jogava baldes de luz na sua cara, que percebeu que dormira com alguém. Estava ainda anestesiada de sono, quando sentiu um peso no corpo, dividido entre quatro "pecinhas" que avançavam delicadamente. Um "miau" como bom dia a fez virar-se e encarar, a um palmo do nariz, o visitante. "Miau" de novo. Não teve como não sorrir.
Nessa hora, avisado sabe-se lá por quem, veio a cachorra, estabanada e ofegante, querendo dar o seu bom dia também, só que em latidos. Parou diante da cama e olhou a cena, virando a cabeça para entender melhor. Por um breve momento todo o quarto esperou pelo pior. Mas não. O que se viu foi um rabo abanando, descontroladamente, um pulo em cima da cama e um baita lambida. Seguiu-se uma lambida de retribuição e mais um "miau".
O dia estava lindo lá fora."

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