"Novamente eu gostaria que alguém, qualquer um estivesse por perto, só para olhar, olhar a amizade sem esforços acontecer. Olhar o que sustenta e faz bem. Olhar o ombro, o colo, o abraço que protege.
Quero esse alguém numa praia, numa varanda ou numa mesa de bar. Numa noite de lua com morcegos ao redor. Quero suspiro de tranquilidade, sorriso e qualquer coisa.
Quero ficar sonolento ao seu lado, bocejar sorrindo e beijar sonhando.
Quero surpresas, disparos de alegria, pulos e puxões - "Vamos! Vamos!"
Quero voltas sem fim em praças intermináveis, lindas.
Sair da frente dessa tela que me cansa a cabeça, companheira de tardes, noites e manhãs. Determinante parcial do resto da vida.
Fazer entender que uma vez na vida eu quero fazer o que eu quero, o que penso, ao menos penso, ser bom para mim, ser o que quero fazer. O que vou ser feliz fazendo.
Fazer entender é difícil. Bate com valores e conceitos. Bate com quem não deveria bater. Cansa achar que tudo se explicará em algum momento. Cansa se fiar nisso e acordar ao explodir e dizer tudo que a gente acha não ser preciso dizer.
Acho que dizer que é isso que quero para mim não precisa ser dito. Achei que já estivesse estampado na minha cara, de acordar cedo aos fins de semana, ao ficar em casa nas sextas-feiras, ao cansar ao ler e pensar
Pesa imaginar quão poucas pessoas sentem o furor que sinto ao cumprir com todas obrigações que eu escolhi serem estipuladas. Pesa saber a dificuldade em jogar uma luz no todo, por sobre conceitos empoeirados desde a própria criação, fazer ver que o que foi ensinado, o que é aconselhado, repetido, insistido como a dica para o sucesso, que no fim das contas não o é.
Custa fazer entender, fazer entrar na minha pele e sentir as faltas que só eu sinto, que infelizmente não batem com as suas. São ambas dignas de respeito, de valor.
Deixar tudo seguir, calado, não faz meu feitio. Por um tempo até que vai...consigo fazer o jogo, fazer o papel que esperam.
Infelizmente tudo é finito.
Que saco..."
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