sábado, 26 de dezembro de 2009

Ontem

"Não foi forçado nem nada. Foi bom e isso bastou. Viu e fez e disse coisas boas. Sentiu coisas boas e ruins também. Mas sentiu, e isso também lhe bastou.
Pensou em amor quando viu casais na rua, numa cena bonita e quase inesquecível. Em especial, um casal ao longe, numa rua vazia, lavada pela chuvarada da tarde, andando de braços dados, contra a luz amarela dos postes da mesma rua. Não se via rostos ou cores, apenas a sombra de suas silhuetas que denunciavam sua presença ali.
Percebeu o amor ali, e teve vontade de dizer: "Meu amor." a alguém, talvez ao próprio casal.
Meu amor, no sentido de uma parte de si, indissociável, tal como um braço ou perna. Um amor seu, de ambos, não uma posse, mas um estado, uma razão.
Meu ou seu amor, todo, resumido, se fosse possível, em ombro, pescoço e colo. Resumido em carinho, suspiro e olhares.
Resumido num amor em paz. Amor quieto, calmo e que acalma. Amor para se deitar e dormir seguro, encolhido no abraço que te protege.
Amor assim."

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