Estreita-se laços sem nem mesmo perceber.
É uma data que merecia um destaque maior, mais efusivo, talvez. Por outro lado, é uma data que comemora-se cotidianamente, sem pudores e sem rigores calendarísticos.
São abraços apertados, preocupações e felicitações sem motivo, pela existência, simplesmente.
São brindes, sorrisos, risadas que surgem de lá de dentro, que nos buscam e nos desafogam.
Ontem ouvi uns músicos nova-iorquinos, os quais reforçam sempre o caráter orgâncio, não só musical, mas pessoal, humano de suas músicas. Música tocada por pessoas para pessoas. Na rua ou onde quer que elas estejam. A essência, na minha opinião, de ser humano, pela nossa necessidade intraespecífica de nos relacionarmos. Não adianta, só temos à nossa própria e única espécie para nos comunicarmos e nos entendermos, por mais que este último seja mais difícil de se atingir.
Aliás, o quão bem nos faz esse entendimento, essa inquietação de querer sempre estar falando, teclando, olhando ou tocando alguém.
Como gostamos, por pior que se portem alguns de nossos conspecíficos, buscamos e precisamos conforto e alegria em nossos irmãos.
Esses músicos, tal como vários outros, me pareceram cansados de todo essa impertinência contemporânea. Cansaram-se de ver carrancas e pesares, pelas ruas pelas quais andam; resolveram mudar isso à sua maneira.
Aqui mudo a toda hora, em toda linha. Mudo de rumo e de foco. Nunca da minha vontade de aproximar, sempre, meus opostos, meus extremos. Amigos do sul com o do norte, da escola com os do trabalho. Os trago para casa e marco com todos no caminho dos outros, esperando que nessa intersecção amizades se reatem, revejam, se confirmem e se fundam.
Tornem-se um, dois, vários, todos."
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