"E aí? Como foi? Pra mim foi ótimo, providencial, até.
Fui num dia, estiquei mais dois, vivi todos feito muitos, demais!
Fui e cheguei, no mesmo passo, com pesos diferentes a carregar. Deixei vários no caminho e na estada. Na estrada de volta, não deixei nada, só a saudade de algo bom que não sei nomear.
Vi de tudo um pouco.
Assisti notas musicais furando a pele, cores saindo dos violões, sorrisos dançando.
Olhei pela esquina da igreja, enorme, incólume e silenciosa. Lá dentro paz em forma de arte, rubis transmutados em gotas de sangue. Sinos majestosos guiados por mãos pequenas, olhando curiosas lá de cima.
Vi calor nas acolhidas, nas novas mãos que apertei, novos abraços que ganhei. Sabores novos, esquecidos por um tempo, que me fizeram esquecer. Mas também me lembraram do calor que pode existir numa tarde de inverno, espremida entre duas noites geladas só no vento - o calor das acolhidas e abraços fez tudo se aquecer.
Futebol na rua, entre o cemitério e o buteco, copo de cerveja e rua de pedra. A rotina que não muda, a missa que chama e a água que abençoa.
Pensei também um bocado. Revi e refiz conceitos, recriei meu passo, meu jeito de andar. Olhei as fotos e tirei novas. Pensei em fotos pra tirar, com a máquina e com a memória. Não escrevi uma linha enquanto estive fora. Daqui para frente elas vão saindo, na medida em que for hora de compartilhar, emprestar para todos nós palavras novas e velhas, para dar alento a quem precisando esteja. Pra dar sorriso a sorrisos chateados, dar abraços em corações, e empurrões para lágrimas, em último caso."
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