domingo, 11 de julho de 2010

"Anteontem, quinta-feira, resolvi subir mais um degrau. Na verdade, subi sem nem mesmo perceber. O tempo foi ficando para trás, com cores diferentes no horizonte e novos sorrisos no álbum. Alguma cumplicidade discreta, possível, talvez.
De cima desse novo patamar, vejo agora meu chão, novo chão. Diferente do antigo chão que costumavam me roubar, e que me passou agora, com a cara dos últimos ladrões estampadas na foto de um amigo.
Vejo também meu novo redor, com suas partes, almas presentes, carinhosas e maduras, sinceras e modestas. Simples no todo. Vejo afinidade, vejo objetivo e me vejo em paz.
Vi no sul de Minas tenho mais uma cidade para visitar e conhecer, que tem no nome a minha cor favorita. Tenho também outro canto, escondido aqui perto, encravado no cerrado, ofuscado por um céu que me tira as palavras. Lá posso ir e ficar sozinho, comigo e com os outros.
Vejo as conversas que não se acabam, sempre deixando coisas por dizer e sorrisos por trocar. Dessas conversas me surge vontade de olhar de perto, de abraçar e olhar de novo. Dessas conversas firmo o pé no novo degrau. Firmo a alma e o coração para não deixarem nunca de bater, pulsar, viver.
"A vida pede para ser vivida." me disse meu pai numa conversa das muitas que sempre temos, das várias que surgem e tomam corpo. É dessa vida que me faço substância, que me moldo e me consolido no estar aqui agora, nem antes/ontem ou depois/amanhã.
Vi também que a passada para uma nova fase não foi só minha. Foi ao meu redor, como se contagiada pela mudança vizinha. Sinto mais segurança em quem realmente dela carece. Mais segurança em si mesmo, frente a mudanças bruscas, de hábito e de rumo.
Vi e continuo vendo afinidade e objetivo. Vejo paz aqui, para mim e para você."

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