Pensar no que a mina da frente está pensando, se suas olheiras são de noite mal-dormida ou de choro que não deixa dormir de jeito nenhum.
Pensar se quem está a seu lado está sentindo a serenidade que emana de você mesmo, numa esperança vã de criar contatos, laços momentâneos numa cidade enorme e sem rosto.
Pensar no que o poodle da senhora estaria pensando e querendo dizer ao subir no banco da praça, abanar o rabo e deitar-se, como quem convida o amigo a sentar-se também.
Pensar nas milhares de músicas que devem estar tocando nos milhares de aparelhinhos plugados à orelha de cada um e tentar adivinhar se alguém ouve a mesma música que você, em algum lugar do planeta, que seja.
Tentar não levar os pensamentos a patamares que não cabem, que não ocorrem e raramente vão satisfazer.
Lembrar do horizonte na imensidão de algum campo, que te puxa e te acalma, te lava a alma e oferece repouso entre todos os tons de cor e som que estão ali, todos os dias."
é.
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