segunda-feira, 7 de junho de 2010

"Foi lá com a intenção de amarrar as pontas soltas, como dizem por aí. Foi, chegou, olhou, buscou e abraçou. Sorriu, cantou e até chorou.
Teve hora que pensou em estender a estada, teve hora que quis nem ter ido.
No fim das contas, percebeu que na verdade, foi lá e desamarrou de vez as pontas. Desfez alguns laços criando outros. Desatou nós na garganta e aqueceu frios na barriga com abraços e beijos na testa.
Levou-se por todos os cantos que precisava ir ou que acabaram sendo visitados.
Reviu-se em pessoas há muito perdidas, reviu-se no passado, na mesmice que não desaparecera. Reviu-se e alegrou-se por admitir que amadurecera.
Entristeceu-se, em parte, por perceber que outros, tão cheios de potencial, continuavam iguais.
Apertou novas mãos de outras terras, comuns na coincidência.
Voltou-se para a direção de casa, respirou fundo o ar frio da manhã luminosa e atou às costas as alças da mochila, que pedia, inquieta, para cair de novo na estrada.
Fechou a porta atrás de si e desceu as escadas, de volta ao beliche, à colcha de retalhos, à sua janela e a sua nova vida."

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