quarta-feira, 12 de maio de 2010

sem graça

"tadpoles escaping from my hands, flowing under white bridges and flying over my bald head and jumping into the space between my dreams and my pillow. the lizards make noise while they drink endless beers and sing silent songs with their bifid tongues, smelling your scent that invades the house through the keyhole. your scent tonight is green and pink and makes all lights shine and spark with nymphs and bugs.
the clock says that it's late. the clock and not the rabbit. the rabbit has gone into his hole, taking some guys that wanted to see the matrix.

...e eu volto a pensar em português assim que o relógio bate suas onze horas, me enchendo com seus sininhos. Os grilos sumiram, e os foguetes do futebol, também. Os meninos pararam de jogar bola e agora jogam pedras nos passarinhos. Daqui a pouco espantam todos e quem sofre são as vidraças. Os ônibus sentem o frio e sacolejam mais que o normal, batendo suas partes soltas e ensurdecendo seu recheio de gente. O céu brinca de esconde-esconde entre as nuvens, deixando transparecer um pedacinho assanhado de azul de vez em quando. As letras brancas se embaralham na minha lente de óculos de aros pretos, e mil farelos esbranquiçados invadem o salão. Os violões dos seresteiros entopem os dedos com notas truncadas, derramam músicas de rádio AM no colo dos porteiros e das matronas cachaceiras debruçadas no balcão..."

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