quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

"Relações sociais têm me parecido uma ameba, molenga e fluida, estendendo seus pseudópodos em direções diversas, inesperadas. Sempre surpreendentes. Se olharmos de cima nossa vida, vamos perceber que de tempos em tempos, nossos braços se estendem para direções diferentes, às vezes novas, às vezes já traçadas antes. E, por vezes, até deixam de passar por sobre certas áreas, como se ali houvesse algo perigoso.
Olhando com outro filtro ou lente, tudo que somos ou fazemos age de tal forma, ou disforma, se é que me entende. Tudo se projeta a outros abismos, a outras escadarias e outras janelas.
Tudo que somos persegue outros sorrisos, outros afagos e novas palavras.
Persegue chuvas mais frias, chovidas em outras cidades, entre pessoas que não são nossos comuns. Entre mil e um abraços vindo dos quatro cantos do mundo.
Perseguimos sabores diferentes a cada passo, e nos surprendemos quando o amargo nos agrada e ilumina.
Buscamos tudo sem saber o que realmente precisamos, apenas do que queremos ali, naquele ímpeto.
E não é que nos satisfazemos?
Não é curioso respirar sorrindo por um cansaço imprevisto? Um cansaço fruto da mais sincera comunhão de momentos. Sincronia desencadeada pelo susto, pela risada, pela vida em si. Vida que nos infla e nos guia em meio aos matagais e telhados. Vielas, colchões e calçadas."

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