quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Hora de escrever

"Hora de escrever. Não me pergunte por quê. Só sei que bateu a vontade, creio que na hora certa.
No sábado eu descobri que havia renascido. Assistir a uma aula que, em certo momento, parecia um espelho, um retrato. Um dia todo de desafios, de cobranças e mudanças de atitude. Um dia inteiro em que as ações foram acertadas, infalíveis. Impensadas a seu modo, sem deixar dúvida ou arrependimento.
Ainda no sábado, curti a tarde e a noite, que terminou cedo parecendo que era tarde. Curti as conversas, acontecidas ou não. Curti os sorrisos, os cabelos e as risadas. Tudo regado a chuva, regado a vento e a um horizonte branco de nuvens.

Esse renascimento me levou e ainda leva, durante a semana. Curando as tristezas antes que elas cheguem, abrindo o abraço sem saber quem vai estar dentro.
Me toca de leve, como roçar de folha caindo da árvore, ou respingo de chuva na janela do ônibus - desperta sem assustar.
Esse renascer recarrega o ânimo, estimula a continuar sendo o que se acredita, olhando em frente, para aquilo que talvez se deva.
Encoraja a explicitar seus sentimentos, encoraja a tomar coragem e a perder o medo da perda. Antecipa a alegria, mesmo que advinda de resultados não tão alegres.

Esse renascimento muda tudo. Em mim e ao redor.
Muda o tom da paisagem, o cheiro das coisas e o tamanho das horas.
Encolhe as distâncias, estreita os laços e aperta o coração."

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