"É hora de andar com as próprias pernas, sem esperar que outras te acompanhem. Não que isso seja ruim, mas que no momento não urge. Não deixa o tempo mais lento, não no sentido que preciso ter.
É a hora de pular o muro e correr pelo terreno cheio de mato da descoberta e da falta de pressa. Tal como fazíamos quando pequenos. O universo do conhecer não tem limites e te empurra cada vez mais adiante. Nesse universo, estar só ou acompanhado é opção. E ambas são excelentes escolhas.
Escolhas de amar de forma imprudente, leviana, talvez. Escolha de seguir o caminho e escolher pela adversidade do cascalho e rispidez da água gelada.
Resolução indefinida do que se quer, mas certeza absoluta de onde se vai e como vai chegar. Certeza plena de calos e tropeços. De chuva fria, de noite lamaçenta. De lua pálida lá em cima, mas de campo limpo e silencioso cá embaixo, em frente aos olhos.
Outros olhos que te vigiam de longe e de perto, mais perto que se gostaria, mas escondidos da vista que se encheria de júbilo e surpresa e medo.
Vidas de todos os tamanhos e origens, sem pressa por vivê-las, sem medo que possam acabar.
Trechos longos a transpor, que vão te consumir em dores nas costas e suor no peito. Cama que te espera, te acolhe como um ninho, chuveiro que te benze, como o céu.
Tudo isso tenho pela frente.
E tudo isso não troco por nada."
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