"Sair com mais de um destino e um meio único de transporte. Sair para olhar e ouvir o que a cidade te deixa à mostra, o que ela insiste em te mostrar e você teima em não admitir.
Um bom punhado de ruas que te permitem deslizar, andar e cair.
Um outro punhado, por enquanto maior, de árvores e sombras e folhas que te acolhem no caminho.
Foi possível ver a cidade agindo de noite. Existindo, num domingo à noite, com todos seus componentes que nem sempre se evidenciam nas imagens cotidianas. Talvez mais evidentes nas imagens que nos chegam de outras capitais. Outras capitais mais cantadas, de forma urbana, que se amoldam às vivências que resolvemos inserir e que se adaptam às vivências nossas de cada dia.
No sossego que a música escolhida te traz, refazem-se condutas, promessas e apostas. Define-se parâmetros e coisas a serem refeitas. As ruas, vazias, de certa forma, te levam a parar nas esquinas e imaginar outras ruas tão singulares quanto aquelas que criaram a intersecção.
Nessa noite toda conheci uma janela nova. Lá tive um vislumbre de um potencial alguém. Na mesma janela, deixei também uns suspiros e uns olhares distantes. Suspiros meus pra mim mesmo.
Quando voltarei ainda não sei.
Nem quero saber."
Brisas delicadas que atravessam nossas ventas, ventos atrasados que atropelam nossos pensamentos, olhares desencontrados que se encontram por aí, um passeio deslizante sobre rodinhas que flutuam leves sobre as luzes da cidade. Cidade que fala pouco, mas escuta como ninguém.
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